Tratando da saúde no céu! Parte 2

Dedico o artigo de hoje aos profissionais de saúde, em especial aos de saúde pública.

Se você é servidor público ou gestor público em saúde, ou mesmo apenas como cidadão usuário de serviços públicos de saúde, convido-o a refletir sobre a postura servidora presente em profissionais nos hospitais, clínicas e postos de atendimento.

E coloco, inicialmente, algumas questões:

  • Quando precisa tratar da sua saúde, você já se sentiu no céu? Ou costuma se sentir como se estivesse no “inferno”?
  • Você acha possível existir um “céu” na terra?
  • De modo semelhante, é possível encontrar “santos” e “anjos” tratando da saúde das pessoas?

No artigo Tratando da Saúde no Céu! Parte 1 narrei a história do médico que, ao encontrar uma paciente que havia se tratado na instituição por ele dirigida, ouviu-a se referir à instituição chamando-a de “céu”, aos médicos de “santos”, e aos demais funcionários, de “anjos”.

Ao agradecer pela bela história, passo, neste segundo artigo, a discorrer um pouco sobre a LIGA contra o Câncer e seus profissionais, para melhor compreensão dos leitores deste Blog, sobre o relato da paciente em ter sido atendida, no céu, por santos e anjos.

Que céu é esse, chamado LIGA?

A LIGA é uma entidade filantrópica, que, com muito esforço, dedicação e abnegação, tem se devotado a ajudar pessoas com câncer a enfrentar e superar o desafio da doença, tratando a tudo e a todos com o mesmo respeito, carinho, atenção e profissionalismo.

Pode-se dizer que a LIGA existe para ajudar as pessoas a viverem, fazendo o mundo prosperar!

E como a LIGA faz tudo isso pelas pessoas, a custo zero? Qual é a mágica?

A LIGA é uma instituição filantrópica voltada, prioritariamente, a atender pacientes de câncer, em sua grande maioria, através do SUS.

As suas unidades atendem também pacientes de convênio e particulares, mas o grande volume de atendimentos é via SUS. A LIGA entende que sua mais forte vocação é o Atendimento SUS.

Veja algumas características da LIGA:

A Missão da LIGA é:

“Prestar assistência em saúde, priorizando a oncologia, com competência e filantropia”

  • Chama atenção, entretanto, o engajamento de todos os que fazem a LIGA em lutar, fortemente, incessantemente e incansavelmente a fim de fazer cumprir seu papel. Isto se explica, em parte pela sua definição de causa:

A Causa da LIGA é:

“Combater o câncer transformando vidas”

  • Tendo iniciado sua existência, nos anos 1960, como um local destinado a acolher pacientes terminais acometidos de câncer, tem lutado contra o estigma da doença, e quebrado parte da resistência de pessoas a lidar com a doença.
  • A LIGA pauta sua atuação e a de seus colaboradores em seus valores: Tem como valores norteadores de sua atuação: Respeito ao ser humano, honestidade, compromisso com o fazer bem feito, disposição em servir.

Os valores da LIGA são:

  • Respeito ao ser humano

  • Honestidade

  • Compromisso com fazer bem feito

  • Disposição em servir

 

  • A seriedade com que a LIGA é administrada, respeitando as questões éticas, compromisso social, e o zelo pela gestão, em prol de capitanear o uso dos recursos de forma a otimizar a atenção ao paciente.
  • A busca incessante em acessar novas e atualizadas tecnologias, as mais avançadas possíveis, e colocar tudo isto serviço do paciente.

Por que os médicos da LIGA são chamados de santos?

Como a LIGA consegue ter santos e santas atuando?

Por que existe uma filosofia de trabalho, pautada nos valores anteriormente relacionados, que impulsiona a todos que ali trabalham a darem e se doarem em favor do paciente.

Tenho impressão de que a palavra liga, utilizada no nome da instituição – Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer – tenha sido utilizada por razão técnica, pois o nome Liga tenta traduzir a ideia de uma organização que não é uma empresa privada, nem instituição pública.

Mas desconfio fortemente, de que a palavra liga caracteriza uma união de pessoas em torno de algo maior, uma espécie de causa, criando uma verdadeira LIGA de pessoas que se dedicam a melhorar a vida das pessoas.

Assim, passo a relacionar algumas das características da atuação dos médicos LIGA:

  • A Liga conta, em seu corpo clínico, com médicos altamente qualificados, podendo-se dizer que, na sua região de atuação, os melhores profissionais ali atuam;
  • Muitos profissionais ali atuam movidos pela disposição em servir às pessoas, muito mais que pela remuneração pelo seu trabalho médico;
  • Muitos extrapolam a jornada usual de trabalho, movidos pela causa que os liga;
  • Embora seja uma entidade filantrópica, não dispondo dos mais fartos recursos financeiros, conseguem manter-se atualizados cientificamente, e até mesmo gerar conhecimento científico;
  • Além de se dedicarem ao exercício da medicina junto aos pacientes, também contribuem com a formação de novos profissionais, tanto médicos como de profissões correlatas. A LIGA oferece vários cursos.
  • E, em tudo o que fazem, norteados por um dos valores principais – “respeito ao ser humano” – servem, verdadeiramente, ao paciente, seja este quem for: homem ou mulher, rico ou pobre, atendido via convênio ou SUS, jovem ou velho, graduado ou analfabeto, etc.

Por que os funcionários da LIGA são chamados de anjos?

Mas, para que o céu fique completo, precisa dispor de anjos, auxiliando os santos e santas! Quem são esses anjos na Liga?

São as equipes de atendimento em saúde, representadas pela enfermagem, psicólogos, nutricionistas, odontólogos, fisioterapeutas, entre outros profissionais de saúde.

Eles recebem auxílio das equipes de apoio como técnicos, recepcionistas, auxiliares, e seguidos pelas equipes de serviços de suporte, pessoal administrativo, e afins.

Eis algumas das características da atuação dos profissionais da LIGA:

  • Em primeiro lugar, chamo atenção para o que considero ser a mais importante das qualidades de todos os profissionais da LIGA: a disposição em servir ao paciente com dedicação, abnegação e respeito.
  • Não vejo exemplo maior desta dedicação em servir do que enfrentar a dificuldade de tratar de uma criança, um idoso ou um parente com câncer;
  • O mesmo senso de profissionalismo parece ser uma das características chave de todas as pessoas que fazem a Liga.
  • Aliado a isto, existe uma forte preocupação com a qualificação técnica de todos os profissionais, em qualquer função, em qualquer setor de atuação.
  • Mas nada disto seria suficiente sem o carinho, a disposição em cuidar, ajudar, com pleno exercício da bondade para com o próximo.

Haveria mais e mais a dizer sobre a LIGA e sua equipe, mas não devo me estender, sob pena de comprometer os limites dos artigos deste blog.

Assim, concluo este segundo artigo, rendendo minha homenagem a todos que fazem a LIGA, e convidando você, leitor, a conhecer mais sobre a instituição, um exemplo de organização.

Convite

Se quiser conhecer mais sobre a LIGA, visite o site LIGA contra o Câncer, ou, se puder, converse com alguém que fez tratamento lá. Você poderá saber de alguns outros casos sobre uma organização que sabe servir.

 

Você pode transformar sua organização num céu, cheio de santos, santas e anjos!

Você pode desenvolver o senso de servir no hospital, posto de atendimento ou clínica onde você trabalha, afinal, se uma instituição que atende predominantemente via SUS conseguir, outros poderão consegui-lo também.

Basta querer. E saber como.

Por isso, apresento os sete passos básicos para implantar o senso de servir e o comportamento Servidor.

  1. Comece entendendo o senso de servir.
  2. Aprofunde-se no tema, e defina o conceito de servir nos pontos de atendimento de sua organização. Depois, defina o conceito de servir nas demais áreas de prestação de serviço. Entender o conceito de servir significa identificar os benefícios de cada serviço e tarefa executado por cada pessoa.
  3. Em seguida, aprenda tudo sobre comportamento servidor.
  4. Integre os elementos do comportamento servidor com os benefícios dos serviços.
  5. Dissemine o comportamento servidor junto a toda sua equipe. Compartilhe, converse a respeito, estimule, divida experiências positivas. Reflita sobre as histórias não tão positivas. Aprenda com ambos os tipos de experiências.
  6. Integre os benefícios dos serviços às questões operacionais, financeiras, culturais e estratégicas de sua organização.
  7. MAS, para tudo isso funcionar, é necessário que haja engajamento da administração, inclusive na prática do comportamento Servidor. Assim, comece pela discussão e obtenção de concordância da direção. Estabeleça mecanismos de acompanhamento contínuo, identificando necessidade de ajustes, correções e aprimoramentos.

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Veja AQUI a parte 1.